A história do Distrito de Santo Antônio está diretamente ligada à história da fazenda Novilha Brava, que pertenceu à Dona Joaquina do Pompéu, tendo obtido a sesmaria como presente de Dom João VI em nome de sua mãe, Dona Maria I, rainha de Portugal.
A sesmaria que ocupava quase toda a região da margem esquerda do rio São Francisco, foi divida por Dona Joaquina entre seus filhos, sendo que esta região ficou para seu filho Inácio de Oliveira Campos. Este casou-se, e uma de suas filhas desposou o ouvidor paracatuense Coronel Rodolfo Garcia Adjuto, ficando como herdeira de uma longa faixa de terra ao longo dos Rios Preto e Paracatu.
No ano de 1908, o Coronel Rodolfo vendeu estas terras para os ingleses e estes fundaram aqui uma empresa intitulada “Brazil Land Companhy”, até que, no ano de 1945, o presidente Getúlio Vargas desapropriou a fazenda e em 1952 foi instalada a Colônia Agropecuária do Paracatu.
De um modo geral no território ocupado pela Colônia quase nada existia construído, exceto os retiros, geralmente localizados nas antigas sedes de fazendas de criação de gado. Dentre os retiros espalhados pela região destacavam-se: Barra, Forquilha do Espinho, Boqueirão, Limoeiro, Peri-Peri e Novilha Brava; este último, embora tenha sido a sede da fazenda, deixou-a de ser, pois a Extrema, por ser localizada junto ao Paracatu e seu porto, escoava com mais facilidade a produção local.
Ainda hoje, o que restou da Fazenda Novilha Brava, pertence à mesma família de pioneiros que por aqui chegaram naquele tempo, sendo hoje de propriedade do Sr. Geraldo Mendes Paiva[1], que é quem nos relata os acontecimentos aqui descritos.
Em 1963, motivada pela necessidade de um local fora das margens do rio Preto, pois as pequenas áreas de terras situavam-se em locais impróprios para moradia, a administração da Colônia Agro Pecuária do Paracatu encarregou o seu topógrafo, o senhor Espedito Sebastião Ferreira, para fazer o loteamento da pequena área remanescente da reserva da Novilha Brava. Ao fazer o loteamento, reservou um espaço para a construção da escola e da igreja, e escolheu o nome do povoado que surgiria, o pomposo nome de “Vila Santo Antônio”. Começaram a surgir casebres de palha de buriti e logo o arraial foi se tornando realidade.
Considera-se como a data da fundação oficial da Vila Santo Antônio, o dia em que se celebrou a primeira festa de Santo Antônio, no dia 13/06/1965. A festa foi celebrada por frei Humberto que, na ocasião, era pároco de Bonfinópolis de Minas.
A administração da Colônia ordenou que fossem abertas estradas de acesso e também as ruas. Começaram surgir algumas casas, inclusive comerciais, isto em 1969. A Suvale (Superintendência do Vale do São Francisco), sucessora da CVSF (Comissão do Vale do São Francisco), construiu em 1972 a praça e o centro comunitário e, neste mesmo ano, foi construído o cemitério.
Em 1973, a Vila já contava com 86 casas, 450 habitantes (apenas no núcleo urbano), prédio da escola, centro comunitário, capela, oito casas comerciais de pequeno porte, duzentos alunos matriculados divididos em seis classes e dois postos de alfabetização do Mobral.
A Vila de Santo Antônio pertencia ao município de Bonfinópolis de Minas, até que, em 1995, com a emancipação do Distrito de Dom Bosco, passou a fazer parte do novo município de Dom Bosco.
Finalmente, em 25/06/2000, foi instalado o distrito com a presença de numerosas autoridades. Os seus limites abrangem uma área relativamente grande no município, inclusive margens do rio Preto. Oficialmente, o agora distrito, passou a se chamar “Distrito de Santo Antônio do Rio Preto”.
Algumas datas importantes
- Maio de 1960 – Início das famosas invasões.
- Junho de 1963 – Loteamento das áreas rurais e do futuro povoado.
- 03/05/1965 – Levantamento do cruzeiro e início da campanha para a construção da capela.
- 27/05/1965 – Fundação da Conferência de São José, a primeira instituição estruturada existente.
- Junho de 1965 – Fundação do Centro do Apostolado da Oração.
- 12/06/1965 – Abertura da primeira festa de Santo Antônio. Levantamento do mastro com grande manifestação folclórica.
- 13/06/1965 – Primeira missa celebrada na Vila, sendo celebrante Frei Humberto em um barraco de palha de buriti construído para servir de capela provisória.
- 19/08/1965 – Início da construção do prédio da então Escola Rural da Novilha Brava.
- Março de 1966 – A Escola que funcionava na casa-sede do Retiro começou a funcionar no novo prédio.
- Novembro de 1966 – As celebrações passaram a ser realizadas no recinto da nova capela.
- Março de 1967 – Grave surto de malária irrompeu causando vários óbitos.
- Setembro de 1969 – Abertura de estradas e ruas.
- 30/11/1969 – Domingo de Advento – o sino soou pela primeira vez.
- 02/01/1972 – Início da construção da praça e do centro comunitário.
- Fevereiro de 1972 –Implantação do Comitê Comunitário com grupos de assessoramento nas áreas de saúde, saneamento urbano e limpeza.
- Setembro de 1972 – A equipe de futebol conquista a taça “Sesquicentenário da Independência”.
- Dezembro de 1972 – Construção do cemitério.
- Janeiro de 1973 – Perfuração do poço artesiano.
- 16/02/1973 – Inauguração do Centro Comunitário
- Dados de 1973 – A Vila contava com 86 casas, 450 habitantes (apenas no núcleo urbano), prédio da escola, centro comunitário, capela, oito casas comerciais de pequeno porte, duzentos alunos matriculados divididos em seis classes e dois postos de alfabetização do Mobral.
- Novembro 1973 – Inauguração do serviço da água.
- Março de 1974 – O antigo Comitê se transforma em Conselho Comunitário de Desenvolvimento. Pleiteou a instalação da unidade básica de saúde.
- Junho de 1975 – Ampliação da capela.
- 15/11/1976 – Nas eleições municipais foi instalada a primeira seção eleitoral, teve início a transferência do eleitorado para o município de Bonfinópolis.
- Janeiro de 1979 – Grandes inundações assolam todo Estado. A Vila foi fortemente castigada, o Conselho Comunitário promoveu campanha junto aos órgãos públicos no sentido de socorrer às vítimas.
- 1980 – Início da construção do Posto de Saúde. A prefeitura instala um gerador de energia movido a diesel.
- 13/05/1980 – A Escola é integrada à rede estadual através do decreto nº 20548/80, no governo Francelino Pereira.
- 1980 – A Codevasf promove o levantamento topográfico das áreas rurais e lotes urbanos visando a regularização da posse dos mesmos.
- Outubro de 1981 – Começa a funcionar o Serviço Eleitoral.
- 24/08/1982 – Entra em funcionamento a Unidade de Saúde, antigo sonho da Comunidade.
- 15/11/1982 – Foi eleito o primeiro vereador senhor Izidro Tomaz Pereira de Freitas, representante da região junto à câmara municipal.
- 09/03/1984 – Iniciada a reforma e ampliação do prédio da Escola.
- 10/07/1985 – Inaugurada a energia elétrica numa grande solenidade com a presença do Presidente da Assembleia Deputado Dalton Canabrava.
- 13/01/1986 – Autorizada a extensão de séries (5ª a 8ª séries) na Escola.
- 17/08/1986 – Inaugurado o Posto Telefônico da Telebrasília.
- 05/11/1988 – Inaugurado pela Prefeitura um precário serviço de água.
- 22/12/1989 – Grande enchente provocando vários danos e desabrigados. As ruas alagadas puderam ser percorridas de barcos.
- 25/10/1995 – Através de plebiscito a Comunidade se decide favorável à emancipação do distrito de Dom Bosco. A lei 12030 de 21/12/95 promulgada pela Assembleia torna, emancipa entre outros, o município de Dom Bosco.
- 25/06/2000 – Instalado o distrito com a presença de numerosas autoridades. Os seus limites abrangem uma área relativamente grande no município inclusive margens do rio Preto. Oficialmente tem a denominação de “Santo Antônio do Rio Preto”.
[1] Texto retirado das publicações do blog Distrito de Santo Antônio Sua História Página a Página, de autoria do professor Geraldo Mendes Paiva.