Junho de 1958. Noite fria festa junina. O velho carro de boi desfilava pelas ruas do bairro “Baixa Verde” em Dionísio, na época, pacata cidade do leste de Minas, na zona do Rio Doce. “Os noivos” Mauri e Leila, com sua comitiva, representavam o noivado caipira. Quando realizava a cerimônia do casamento o escrivão ao ler o referido termo, mencionava “nesse arraial do Bambu Rachado”; só bastou esta, meus irmãos que na época ainda eram meninos botaram aquilo na cabeça. Parece que foi o mais interessante da festa o arraial do “Bambu Rachado”.
Os anos passaram. Em 1963 a administração da Colônia Agro Pecuária do Paracatu encarregou o seu topógrafo para fazer o loteamento da pequena área remanescente da reserva da Novilha Brava; o senhor Expedito Sebastião Ferreira ao fazer o loteamento reservou um espaço para a construção da escola e da igreja; escolheu o nome do povoado que surgiria, o pomposo nome de “Vila Santo “Antônio”prometendo a doação da imagem do padroeiro, que, aliás, chegou muitos anos após. Começaram a surgir casebres de palha de buriti e logo o arraial foi se tornando realidade”.
Quando se falou em arraial, em tom de deboche, meus irmãos José Irineu e Helvécio dispararam “lá no arraial do Bambu Rachado”. A princípio os moradores, gente humilde e pobre, renegavam o tal nome. Era mesmo um insulto; além de todas as dificuldades e trabalhos ter que aguentar mais essa, um nome tão pejorativo!
Com o passar do tempo a Vila foi crescendo e ganhando importância. Os tempos difíceis ficaram para trás; o nome de Bambu, sem o adjetivo foi assimilado pelos moradores; hoje designa apenas o núcleo urbano. Poucos sabem que esta Vila está situada na região da Novilha Brava, latifúndio de Joaquina de Pompéu, mencionada no livro que conta a sua história, já era uma fazenda importante desde o século XIX, segundo o autor. Vestígios encontrados também atestam a sua importância.
Talvez muitos não conhecem a origem desse nome; quem diria, remonta a uma época distante, também em uma cidade numa região tão diversa, hoje próspera e moderna.
Muito interessante essa história!
Agora quando perguntarem “será que é porque lá tinha muitas moitas de bambu?”, já sabemos a resposta correta rsrs